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novembro

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Coluna Meu presidente, a que vieste?

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Uma eleição é o momento em que o povo se enche de esperanças para o futuro. Vota-se com este ideal.

Após a posse, a expectativa de mudanças enche os corações do povo, frases como “agora vai”, “as coisas vão melhorar”, “acabou a bandalheira”, e tantas outras ecoam nos quatro cantos da nação.

Contudo, neste meu Brasil, sempre querido, estamos vivendo um momento desalentador. As coisas não vão, não mudam e, em alguns casos, pioram.

Cargos foram dados a partidos que indicaram pessoas sem condição nenhuma de exercer funções públicas, inclusive em ministérios. Bolsonaro era refém de Lira, o todo poderoso presidente da Câmara.

— Leia também: Coluna Coelhinhos e escravidão

Lula parece que ficou com ciúmes, quis o mesmo para si, e se tornou um refém ainda maior, fazendo com que Lira tivesse mais poder, afinal, nestes quase 100 dias de mandato, nada de construtivo se aprovou na Câmara Federal.

Na vida diária de Brasília, a tal frente ampla, que iria governar o país em conjunto com o PT, está se esfacelando e o Partido dos Trabalhadores faz o que quer, inclusive com reais prejuízos para o desenvolvimento do país, afinal o que importa é o mando petista e seus interesses sob a égide da recém empossada “rainha do PT”, Sra. Gleisi Hoffmann.

Os 100 dias do governo Lula passaram como um carro de fórmula 1. Na verdade, se apagou incêndio, nada mais que isso. Antecipação de ações para que o fogo não começasse, nada.

Violência no Rio Grande do Norte, casas caindo nos morros por conta da chuva e ninguém fala como será feito o programa Minha Casa Minha Vida. ‘Terê tetê’, são 100 milhões aqui, 100 milhões ali na correria do apaga-fogo, e as reformas na economia não acontecem.

Parece que eles gostam da manchete: “vai acontecer”, “é dia tal”, “fica para depois da China”, depois, depois, depois, e nunca agora.

Enquanto isso, Lula volta suas lentes para a política externa, querendo ser o mentor da paz entre a Rússia e a Ucrânia, em busca de notoriedade internacional com vistas a seu futuro. E não só, busca ser o líder da Banda Sul, isto é, das Américas Central e Sul, além de países da África.

Afinal, três vezes presidente, outros conseguiram no máximo duas vezes; vencedor de uma eleição contra um presidente em mandato; condenado, ficou preso por 580 dias, e se tornou o maior mandatário do país.

Isto nunca aconteceu no Brasil, então, não seria demais para ele imaginar ser o escolhido divino que salvará nossa pátria. E quando duvida disso, Janja está ali, bem à mão, para colocá-lo novamente no rumo da notoriedade, dele e dela, é claro.

Só que o povo (“ói nóis aqui”) continuamos na mesma toada. A carestia da vida está tremendamente alta, pequenas coisas servem de indicadores que provam isso. Os preços dos alimentos sobem, aluguéis aumentam, as vagas de emprego que eram prometidas em campanha, aparecem a passo de tartaruga.

Querem um indicador bobinho, mas revelador? Um mamão papaia que custava R$ 8,10, hoje custa R$ 18,00!!! Um pequeno sinal dentre tantos que o brasileiro carrega nas costas, ou melhor, no lombo, pois parecemos burros de carga, como sempre.

No trimestre que ele comandou o país neste ano, o desmatamento na Amazônia bateu seu recorde, não do ano, mas da vida, nunca se desmatou tanto. Ué, não era o governo dele que acabaria com as barbaridades que acontecem na lá na floresta?

Antigamente, num programa humorístico de TV, havia um quadro em que dois índios discutiam sobre o nosso país. O bordão era “passinho pra frente, passinho pra trás”. Hoje, se fosse apenas um passinho para frente e um para trás, seria bom, porque estamos na base do “um passinho pra frente, dois passinhos para trás”.

É só colocar um sonzinho nesse vai-e-vem que teríamos a nova dança das baladas, só que dança do desespero popular, que o povo teve que aprender na marra.

Esta é uma situação inadmissível para quem tem a experiência política que o presidente Lula possui. Daí fica a dúvida se ele quer mesmo administrar o país ou fazer nome a nível internacional, com vista a um carguinho na ONU ou outra organização internacional qualquer.

Isto tem sido o sonho de muitos presidentes do Brasil, aliás, Fernando Henrique foi quem mais tentou e não conseguiu.

Vale lembrar, recentemente Dilma conseguiu se internacionalizar, comandando o banco dos BRICS, afinal ela entende “pacas” de finanças a ponto de comandar investimentos em “pequenas” economias do mundo como as da Rússia e a China, por exemplo. (Valha-me Deus!). E justamente foi ela quem recebeu Lula, com beijinhos e abraços, quando ele chegou na China. Um verdadeiro “auê” tupiniquim em Xangai!

Não é sem razão que as críticas negativas ao governo já se acumulam dentro dos mais variados setores da economia brasileira, e mais, dentro da própria bancada do presidente, que aliás, nunca foi testada e será agora, em votações que estão prestes a acontecer. Vamos ver o que ocorrerá.

Até mesmo a Globo, que apoiou Lula quase que abertamente, hoje, através de seus comentaristas, tem feito duras críticas ao presidente.

De nossa parte, fica um lamento sentido, uma frustração secular de expectativas, porque é sempre bom a gente deixar claro que, neste governo, nada ainda tem acontecido que traga resultados positivos para a população, por isso, o título desta matéria é apropriado também para, com todo respeito e decepção, finalizá-la: “Meu presidente, a que vieste?”

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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