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novembro

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E o salário, ó!

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Há algum tempo, venho tendo surpresas desagradáveis, uma após outra. E todas elas me conduzem a um estado de decepção com o relacionamento cotidiano que tenho com a maioria das coisas que compro.

Tudo que vou buscar porque preciso, quero, gosto, tem, seu preço elevado, gradativamente, como que fosse uma ação lenta, imperceptível, mas que me conduz, e conduz a todos nós, a um estado enganoso.

Não sei sem repararam. Mas vamos lá.

Sempre gostei de balas de goma. Há anos comprava aquele tubo com várias balas enfileiradas. Lembro-me perfeitamente que elas eram mais e maiores do que as balas dos tubos atuais. Hoje, os tubos tem menos unidades, as balas são menores e curiosamente mais finas.

Isto é, temos menos balas, de menor tamanho e com menor quantidade de goma. Mas o preço, jamais deixou de seguir os padrões antigos e subir a cada tempo, como outras coisas que encarecem nossas vidas.

O tablete de chocolate diminuiu. O comprimento está menor e a largura também. Isto sem contar que a espessura tem milímetros a menos. Qualquer dia terão a altura de um papelão. Da mesma forma, é menos chocolate por centímetros quadrado. Mas o preço …

Fiquei então, conformado, afinal, são produtos de guloseimas e compra quem quer, assim como quem pague o preço, afinal ‘mais vale um gosto do que um tostão no bolso’.

»» Leia também: Quanto mais… pior

Esta semana, contudo, a supressa foi demais. Quando fui comprar o sachê refil do sabonete líquido que usamos em lavabos para higienizar as mãos, ao chegar em casa e abastecer – como sempre fazia – os dois banheiros – aquilo que dava para encher o receptáculo que apertamos para lavar as mãos, a escova de dentes, o rosto, todas as manhãs, deu para encher somente um receptáculo e meio. Caramba, gastaram metade de um sachê do meu sabonete líquido pelo mesmo preço de sempre.

Quando jovem, talvez seja lenda urbana, soube de uma notícia que um jovem ganhou o prêmio de uma marca nobre de dentifrício, ao sugerir que se aumentasse alguns milímetros a boca do tubo. Como a pressão do usuário era sempre a mesma, sairia mais pasta, e com isso haveria aumento de consumo.

Acho que a moda se aprimorou, depois e anos e anos.

Da mesma forma, hoje que vemos políticos, que nos custam o mesmo, isto é, nosso voto, mas que cada dia nos dão menos. Assim, a relação custo/benefício está sempre a nosso desfavor… em tudo.

Coisas da vida de um país tropical que aquilo de que mais gosta é samba e carnaval.

Sérgio Motti Trombelli
É professor universitário e palestrante cristão.

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