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novembro

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Essa tal “Guerra Santa”

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Já disse várias vezes aqui que esta coluna não tem preferências por candidatos e nem por partidos políticos. Nosso objetivo é, de forma isenta, analisar fatos que possam ajudar nossos leitores a pensar e formar suas próprias opiniões.

Ademais, já abordamos aqui temas religiosos, uma vez que estes fazem parte de minha índole e acreditar em Deus para mim é uma questão de fé, e inabalável. Desta forma, a chamada “Guerra Santa” que se introduziu na política com vistas às eleições deste ano, na minha opinião, extrapola o bom senso e beira a insanidade que quaisquer pessoas de fé possuem.

E o motivo é simples: tanto evangélicos como católicos são cristãos. Assim, dizer que se é isto ou aquilo, é caminhar para uma separação de pessoas que têm o mesmo Cristo como modelo de suas vidas.

Esta dicotomia criada serve apenas para separar os iguais, quando a fé existe para uni-los.

Neste sentido, foi errado o presidente em estimular isto. É como se criasse o discurso de “eu e eles”. Mas como, “eu e eles”, se para Jesus somos sempre “nós”?

Há um perigo nisto. Exacerbar a raiva entre evangélicos e católicos é um mal que deveria ser evitado. É como se os candidatos se apresentassem dizendo eu sou evangélico, votem em mim; e o outro dizendo eu sou católico, votem em mim.

Mas, serão estes os valores com os quais devemos medir os candidatos para fazer a escolha de quem deve governar o nosso país? E onde estão os projetos, planos de governo, soluções para as crises que vivemos aqui neste Brasil de tanta dor e miséria?

O fato destas duas formas de se crer em Jesus não separa os filhos do Mestre, que é um só, e como Ser único, Ele pregou sempre a paz e a união entre os seus filhos, sejam evangélicos ou católicos, afinal são ambos filhos do mesmo Cristo, portanto são irmãos.

A “Guerra Santa” é uma forma medieval de ver o seu inimigo, e na disputa política o que temos são adversários, jamais inimigos que, apesar de concorrerem, no caso, têm a mesma fé.
Por isso o estado brasileiro é laico, isto é, separa a religião do governo. Qualquer coisa que fuja disso é uma estultice.

Usar deste critério para pedir votos é lamentável para não dizer ignorante e perigosa, porque é um caminho que separa irmãos em nome do seu próprio interesse eleitoral.

É como se criasse o discurso de “eu e eles”. Mas como, “eu e eles”, se para Jesus somos sempre “nós”?

Aliás, interesses políticos são posições do interesse pessoal de cada um, nunca o interesse maior da fé, que se diga de passagem, vem varando os séculos com a mesma mensagem de fraternidade entre os povos.

Há anos, na Inglaterra, havia três religiões: a católica, a protestante e a anglicana que se alternavam no poder. Conforme a religião do rei que subia ao trono, as duas outras eram perseguidas e muitas vezes exterminadas. Isto se dava por conta do líder de cada uma delas que buscava fazer por prevalecer o ódio pelas demais.

A receita não foi boa naquela época e não seria boa aqui muitos anos depois.

Por isso, que haja bom senso nos tais marqueteiros de campanha de Lula e Bolsonaro, afinal o que queremos é uma “Guerra de Ideias”, de propostas, de caminhos para uma Brasil melhor, sempre debaixo da doutrina de um só senhor, cujas Bênçãos igualmente são para todos: Jesus Cristo.

Sérgio Motti Trombelli é
professor universitário e palestrante

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