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novembro

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Tudo caminha para mudança

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O primeiro debate dos presidenciáveis deste ano, como sempre liderado pela Band, consorciada com a Folha de São Paulo, UOL e outros órgãos de comunicação, ocorrido a 28 de agosto, foi lamentável.

Se não tivessem os nanicos Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), e tudo ficasse a cargo dos grandes protagonistas do país para o pleito deste ano, Lula (PT) e Bolsonaro (PL), o que se deveria fazer era mudar de canal, ou ir dormir.

Contudo, parece que a temática e o estilo da campanha vêm se estendendo para os programas de TV; isto é, os dois primeiros colocados falam mais de seus governos do que do futuro do país. Alguém precisa avisar ao Sr. Lula e ao Sr. Bolsonaro que aquilo que fizeram até hoje não conta mais. O que todos queremos saber é o que virá.

Afinal, o que Lula fez já se esgotou e o que Bolsonaro está fazendo não está dando certo: a fome continua, as filas para cadastramento de benefícios são quilométricas e o povo está sem ter com o que comprar alimentos, além do atendimento precário à saúde no SUS que impera no país. Inclusive agora faltam vacinas da BCG, o que é profundamente lamentável porque prejudica as crianças recém nascidas no Brasil. A vida está dura e difícil de suportar.

Para ser sincero, já eram esperadas propagandas políticas deste tipo, isto é, falar bem de si mesmos, afinal, estes grandes polarizadores de voto estão preocupados com suas eleições e não com um novo projeto de futuro para o país e nossa gente.

É sempre assim, quem tem as melhores ideias são aqueles que raramente são ouvidos. O que o povo quer é menos esculacho do oponente, pois o brasileiro não aguenta mais ficar refém daquela desgastada estratégia eleitoral na qual aquele que for mais esculachado acabar perdendo o pleito.

Nosso país precisa, de novas ideias, novos atores políticos que possuam vontade, e indignados com o que existe, possam criar mecanismos para que nosso povo sofra menos e nosso país prospere. Como eu disse, a fome, o desemprego, a saúde, a educação, habitação, transporte, e sobretudo salário são os problemas que merecem atenção num momento de troca de comando, e não os fatos de hoje e de ontem.

Ter currículo político não é ser o menos ruim e sim o melhor, coisas com que normalmente os campões de votos não se importam, embora pudessem fazê-lo, afinal, estar no cargo, ou já ter estado, confere experiência para solucionar problemas que afligem a nação. É pena que não pensem nisso. A tal terceira vida não se efetivou, mas houve aumento de pontos para Ciro e Tebet, os quais não chegam a ser suficientes para uma mudança significativa de rumo nos números da polarização.

Mas, o 7 de Setembro, que deverá ser medido por pesquisas nestas semanas que seguirão, é que demostrará se algo de novo acontecerá, ou não, no distanciamento de Lula para Bolsonaro. E mais, o volume de ataques, até agora moderado, poderá alcançar outros níveis.

Muita gente nas ruas, discursos inflamados, termos chulos como de costume, e um fato novo, a manifestação posterior de Lula, num novo tom de ataque ao presidente, já que que antes, calado e tranquilo, via todo o processo acontecer já que, com vantagem significativa não interessava entrar em debates. Agora não. O que virá daqui para frente em termos de campanha e debates servirão para os nanicos crescerem.

Tudo bem, além de ganharem cada vez mais importância, se não para vencer, para pesar nos votos do segundo turno, e isto é o que merece atenção de todos. Mas uma mudança na campanha de Lula e Bolsonaro se avizinha, e considerando o dito acima, com subida de tom de ambas as partes, um novo limite será interposto. O que esperamos é que haja bom senso e as coisas não descambem para fora dos padrões aceitáveis para a democracia e o bom tom daqueles que se apresentam para presidir o país.

Em uma disputa eleitoral você pode vencer bem – o melhor dos mundos; pode vencer mal – não é um mau mundo; pode perder bem – o que não é tão ruim; só não pode perder mal, porque aí, num segundo turno realmente você não conta, porque terá pouco a oferecer. Eymael que o diga.

É esperar para ver, porque, se assim for, talvez esta eleição chata desde o começo pela polarização, ganhará um clima de disputa mais interessante, porque do jeito que está, quem gosta do Lula não votando no Bolsonaro; quem gosta se Bolsonaro não votando no Lula, só os nanicos poderão salvar esta eleição, e o mais importante, serem decisivos para o resultado final do pleito no segundo turno – se este, de fato, acontecer.

Quanto ao 7 de Setembro, é cedo para dizer, mas as pesquisas irão mostrar o que, de fato, terá sido mudado.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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