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novembro

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Uma ideia a ser aplaudida

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Tenho usado esta coluna para criticar o meio político do país. Muitas vezes o Presidente Lula andou por estas linhas e nem sempre para receber elogios, embora eu já os tenha feito.

Também, esperava-se muito com a mudança do governo após a eleição, e como todos temos pressa, e o governo anda a passos de tartaruga, é decepcionante. Mas, quando alguém merece elogios não devemos nos furtar a fazê-lo. A entrevista que Lula deu aos jornalistas na reunião do G7, foi realmente antológica.

— Leia também: Coluna Vem aí um novo mundo

Além de lutar pelas coisas do Brasil, e mais, pelos brasileiros, pois defendeu Vini Jr. veementemente, exigindo, inclusive do governo da Espanha, explicações, mais que isso, ação punitiva contra os preconceituosos racistas que ofenderam nosso craque hoje no Real Madri.

Deixando de lado seu pronunciamento sobre as questões ambientais e as referências ao seu governo anterior, o tema abordado por ele sobre a ONU foi antológico.

A Organização das Nações Unidas(ONU) é um órgão internacional criado em 24 de outubro de 1945, após a Segunda Guerra Mundial e sediada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A função do órgão é manter a paz e a segurança internacional, bem como desenvolver a cooperação entre os povos.

Suas regras e composição não foram alteradas desde então, o que é um sintoma de anacronismo, afinal o mundo de 78 anos atrás não é o mesmo de hoje.


Contudo o mais triste, é que no pós-guerra (1945) foi criado um conselho de segurança, no qual cinco países apenas têm poder de veto, isto é, tudo o que se propõe, ouvidos todos os países, apenas cinco deles – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – são membros permanentes com direito de veto.

Ora, a ONU conta atualmente com 193 estados membros de todas as regiões do mundo. Todos juntos cobrem uma área de 133,81 milhões km² e 7,88 bilhões pessoas. E aquilo que é proposto e aprovado pelo colegiado de estados pode simplesmente ser vetado por apenas um dos países com direito a veto.

Jamais vi uma instituição que prima pela democracia ser tão antidemocrática. Por esta razão, é simplesmente inaceitável que o poder de veto continue. Ainda mais se levarmos em conta que as Américas do Sul e Central, além da África, sem contar que a própria Ásia está pouco representada não tenham direito nenhum quando um dos cinco vetar qualquer decisão do interesse que não destes privilegiados.

E por que o título desta matéria? Porque o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, se insurgiu diretamente contra isso e na entrevista dada aos repórteres daquele encontro foi taxativo, mostrando que os tempos são outros, e o poder não pode ficar nas mãos apenas de cinco países.

Com isso, Lula encabeça uma posição no sentido de que o poder de veto deixe de existir. Para isso, ele foi incisivo, provando que justamente estes países são os maiores responsáveis pelas guerras que ocorreram e ocorrem no mundo pós Segunda Guerra Mundial, e qualquer solução que a ONU tenha para acabar com o conflito da Ucrânia, esbarra no veto à Rússia.

De fato, foi preciso coragem e Lula está de parabéns. Com esta postura, ele mostra que o Brasil está de volta no cenário internacional, e mais, tem ideias e vontade próprias para expressá-las doa a quem doer.

Valeu, Presidente, esta é uma postura de estadista que queremos para o Brasil, tanto lá fora como aqui dentro.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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