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Uma no cravo, outra na ferradura

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Dino no STF e Gonet na PGR e o velho estilo de Lula – uma no cravo, outra na ferradura – isto é,  dividir para governar, está mais em voga do que nunca. Assim, “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”. Uma frase secular que ainda hoje se usa no PT para indicar que nada mudou.

Se a indicação de Dino agrada a todos, de outro lado, a nomeação de Gonet agrada aos ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que apoiaram fortemente o subprocurador para o cargo. Mas seu nome não é unanimemente aceito, especialmente pela ala progressista e por setores do PT

Contudo, para Lula, tudo está às mil maravilhas. Vamos ver.

Estado e Governo são coisas diferentes. Os governos são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados são permanentes, ou pelo menos oscilantes do que o governo.

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Desta forma, quando o Governo – que é transitório – usa de artifícios para ter mais força no Estado, deixa antever que existe um aparelhamento político em curso.

O termo “aparelhamento” aplica-se à tomada de controle de órgãos ou setores da administração pública por representantes de grupo de interesses corporativos ou partidários, mediante a ocupação de postos estratégicos das organizações do Estado, de modo a colocá-las a serviço dos interesses de um grupo, seja qual for.

O “aparelhamento do estado” se materializa quando o grupo político dominante impõe às instituições permanentes uma série de ações visando à consecução do seu projeto de poder. A forma mais comum é a ocupação dos espaços políticos que o Estado possui.

Por exemplo, se o Judiciário deixa de ser independente e imparcial nas suas decisões, a lei começa a ter coloração política, e esta coloração começa a escorrer para vários setores.

Com isso, a democracia adoece. No governo anterior, a cor bolsonarista chegou até as Forças Armadas e a quantidade de cargos exercida por pessoas de patentes alcançou números nunca vistos na história do país.

A esquerda tem outro estilo de aparelhamento, prefere os tais “canais competentes” por onde caminham as decisões nacionais e cujo resultado é, pela imposição da lei, uma forma de força disfarçada em direito público.

Tanto antes, como agora, e como sempre foi, a política tem um ritmo diferente, uma ética diferente, um estilo de ser diferente dos demais mortais, e assim caminha, pouco se lixando para o que se pensa e fala, afinal, a preocupação será sempre dali a quatro anos, e eleição é discurso, narrativa que se assemelha mais ao canto das sereias do que à verdade.

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A marketagem brasileira no meio político é sábia, e a experiência dos grandes caciques se torna modelo, faz escola e elege quem quer que seja – dinheiro público não falta.

O único risco é a lei. Assim, aparelhar o Estado através do Judiciário, a instituição única capaz de impedir ou condenar os excessos, ou as “escapadas”, isto é, quando não se faz bem feito os malfeitos habituais, é o “top”.

Um aforismo cujo autor não sei, nos ensina:  “Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.”

Esta é a esperança, quando a roda do destino volta a cair nas mãos dos homens fortes, só eles, e elas, são capazes de sanar os tais tempos difíceis.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.

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