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Domingo vem aí

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Congresso Nacional-Reprodução
Congresso Nacional/Divulgação

 

O debate desta 6ª. feira é a última oportunidade para quem não se definiu fazer sua escolha para presidente do Brasil no próximo domingo.

Nunca uma campanha foi tão diferente, tão desastrosa e capaz de trazer até malefícios para o país.

A polarização se transformou em divisão. Após o pleito, teremos um país dividido onde cerca de 50 milhões de pessoas ou mais foram a favor de um candidato; e cerca de 50 milhões de pessoas ou mais, foram a favor de outro. Os de lá e os de cá, os bons e os maus, os de Deus e os do diabo, os machões e os maricas, os progressistas e os conservadores, enfim não mais um, mas dois, nosso país poderá perder a unidade e não sermos mais nós.

A direita antes escondida ou camuflada no país, se revelou, e uma esquerda aparentemente adormecida, acordou. O centro, que seria a lógica maior porque não se presta aos extremismos, mas sim à possibilidade de uma convivência harmônica entre as partes, ficou vazio com uma terceira via incipiente que não conseguiu convencer os brasileiros já polarizados.

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Isso me lembra uma forma de pensar, ou de filosofar, como queiram dizer, criada por Hegel, um grande filósofo alemão que teve e tem influência até hoje no pensamento da vida contemporânea. Ele trouxe ao mundo uma dialética que vem pautando as ações humanas desde o século XVIII e se comprova como uma das maneiras mais seguras de se raciocinar.

Esta dialética foi desenvolvida a partir da estrutura tese, antítese e síntese. A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese, surge a síntese, situação nova que carrega dentro de si elementos de ambas as partes, resultantes desse choque.

A própria palavra diz isso. É formada por “sin” prefixo que significa um, uma, mais tese, isto é, uma só tese, não mais tese e antítese, apenas um único pensamento, um único caminho que atende aos dois lados de um problema, de uma conduta, um governo. Juntos os dois porque um lado e o outro estão dentro de um só estilo de ser, a síntese. Em outras palavras, é o bom senso que nos faz acreditar que frente aos extremos a virtude está no meio, como já falei aqui nesta coluna.

No Brasil, os governos têm sido moderados, na busca de uma atitude sempre mediana, fugindo dos dogmatismos e os fanatismos daqueles que se deixam levar por atitudes radicais.
Não mais. Pelo que foi dito nas campanhas, principalmente nas redes sociais, alimentadas por eleitores ultra apaixonados, o vencedor tenderá a ser o oposto de seu adversário.

Com isto, a síntese que carrega elementos de uma e outra forma de pensar, isto é, que aproveita o que é bom naquilo que é seu e bom naquilo que é de seu oponente, que também pode ter aspectos positivos, deixa de prevalecer e assim faz por desaparecer o bom senso que será trocado apenas por uma tese, a do vencedor, a qual acabará não dando espaço para antíteses, obstando a síntese, sempre desejada e ideal.

Em termos práticos, a polarização, ao dividir o país, pode ocasionar um governo futuro que governará para atender a sua bolha eleitoral, o que seria injusto com os demais que não fazem parte de sua fatia ideológica.

Por isso, a decisão, a escolha neste domingo que aí vem, será difícil para todos os eleitores brasileiros. Pense bem naquilo que você deseja para você mesmo e vote conscientemente, porque você poderá estar fazendo uma escolha de vida diferente, egoísta, que durará 4 anos, ou mais …

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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