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Guarujá em Foco

Em Guarujá, delitos e crimes ganham repercussão nacional

Publicado

em

Reprodução/Facebook/Thiago Rodrigues

Todo dia na mídia policial: em Guarujá, ocorrências captadas em vídeos são ‘viralizadas’ nas redes sociais e ganham repercussão nacional; impunidade fortalece a sensação de insegurança na população e escancara a incompetência do Estado no combate à escalada da violência

Karina Mingarelli
Da Reportagem

Na quarta-feira (17), dois casais foram abordados por um grupo de garotos em bicicletas em plena tarde, na praia das Astúrias, em Guarujá. Os menores, que poderiam ser facilmente confundidos com um grupo de amigos que saia da praia, passaram pelas vítimas e resolveram voltar para roubar a correntinha de uma das mulheres. Uma das vítimas reagiu e acabou ferida na perseguição aos meliantes.

As imagens da ocorrência ‘viralizaram’ nas redes sociais e ganharam destaque na mídia regional e nacional. Mas até esta quinta-feira (18), ninguém fora identificado e a sensação de impunidade e de insegurança na orla da cidade vai se perpetuando.

— Leia também: Em dois dias, Polícia Civil prende 12 com Operação Baixada Segura

A discussão sobre melhorias na segurança pública em Guarujá ressurge na sociedade toda vez que algum caso policial ganha destaque nos noticiários policiais. Inúmeras páginas nas redes sociais locais estampam diariamente ocorrências policiais, muitas vezes sem o devido contexto informativo, e especialmente, sem resolutividade, ou seja, sem a devolutiva à sociedade se, após a ocorrência, alguém foi identificado, ou preso, para averiguação do suposto crime.

Raramente se divulga um número de telefone de contato para denúncia, caso algum indivíduo seja identificado. No entanto, essas ocorrências noticiosas acabam ganhando repercussão regional, e muitas vezes são catapultadas para as manchetes dos noticiários nacionais, colocando uma lente de aumento em uma questão que é comum a todos os municípios do país, e não apenas em Guarujá.

Um exemplo clássico foi o caso do espancamento público do empresário Osil Vicente Guedes, que veio a óbito no início deste mês devido às agressões sofridas. As redes sociais rapidamente espalharam as imagens, com diferentes versões para o ocorrido, evocando em muitas destas postagens, a semelhança com o caso da dona de casa Fabiane de Jesus, vítima de fake News nas redes e que foi morta por populares. Mas nenhuma das versões iniciais estava correta.

A repercussão negativa foi imediata, retratando que em Guarujá a barbárie é diária, e pior, cultural. Mas esse panorama está longe da verdade. Ainda assim, a violência que vivenciamos aqui, essa praticada por meninos de 12, 14 anos, em bicicletas nas orlas das praias, são tão frequentes quanto as ocorrências na Avenida Paulista, em São Paulo, ou na Avenida Copacabana, no Rio de Janeiro.

Combate ao crime é responsabilidade do Estado

O combate à criminalidade é uma ação de Segurança Pública sob responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo. As cobranças do governo municipal para um reforço definitivo no efetivo policial em Guarujá são frequentes. Mas por enquanto, segue como estratégia de temporada de férias.

A necessidade desse efetivo se justifica ao se olhar para as estatísticas oficiais. No primeiro trimestre de 2023, Guarujá registrou 344 roubos (em geral), segundo relatório da Segurança Pública estadual. Um aumento de 117 casos (51,24%) em comparação com o mesmo período em 2022. Já em relação aos furtos, de 331 em 2022, saltamos para 472 nos três primeiros meses deste ano.

O problema não é apenas de Guarujá. São Vicente, também registrou um aumento nas estatísticas de roubos, com 285 ocorrências nos meses de janeiro a março deste ano. Um crescimento de 51 registros. Já Santos registrou queda de 18 ocorrências, totalizando 218 roubos no mesmo período.

A diferença entre as cidades é a presença física do Estado nas áreas mais sensíveis, com policiamento ostensivo e trabalho de inteligência, estratégias que são percebidas em Guarujá apenas durante a temporada de verão, ou quando algum caso ganha repercussão nacional.

Guarda Municipal de Guarujá atua em conjunto com a Polícia Militar

Apesar dessa massificação da violência nas redes, a Prefeitura de Guarujá não está inerte frente às ocorrências criminosas ocorridas na cidade. A Guarda Civil Municipal (GCM) atua em apoio à Polícia Militar do Estado de São Paulo e, à pedido da nossa reportagem, destacou as ações que resultaram na solução de muitas ocorrências.

Somente neste ano, GCM de Guarujá atendeu até o dia 18 de maio, 135 ocorrências de furto e roubo na Cidade – o equivalente a mais de uma ocorrência por dia –, que resultaram em 70 pessoas apreendidas, encaminhadas à Delegacia Sede ou ao 2º Distrito Policial, em Vicente de Carvalho.

“A GCM de Guarujá realiza diariamente patrulhamentos preventivos, a fim de prevenir ocorrências em próprios públicos, áreas turísticas e comerciais, além do ordenamento viário”, ressalta a Administração em nota.

Devido aos investimentos em segurança, nos últimos anos, a Prefeitura contratou 75 novos agentes, totalizando 352 GCMs e regulamentou o uso de arma de fogo. “Outro investimento foi a reestruturação da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), que é o grupamento especializado da GCM responsável pelo atendimento operacional para ações de pronto emprego e de procedimentos de alta complexidade”.

Outras ações destacadas foram as operações em conjunto com a Polícia Militar, entre elas a Operação Ferro Velho, Combate a Invasões e o reforço nos feriados prolongados, com a redistribuição do efetivo, por meio das coordenadorias de Vicente de Carvalho, Enseada e Centro.

Operação Delegada

A Prefeitura também destaca que renovou o Programa de Atividade Delegada, que visa o reforço do policiamento nas ruas da Cidade. O investimento mensal é de 45.196,80 Unidades Fiscais do Município (UFMs), o equivalente a R$ 177,1 mil, com o reforço de 600 policiais militares.

O convênio é de cinco anos e tem o emprego de policiais militares em horário de folga, fardados e munidos do equipamento de proteção individual, que atuarão em escala especial e em locais a serem especificados em Plano de Trabalho.
Foi iniciada também a construção do 21º Batalhão da Polícia Militar em área de 3.630 metros quadrados doada pela Prefeitura.

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