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novembro

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Coluna: Cadê?

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Uma comunidade, seja onde for, vive em paz a normalidade de suas ações, por conta do que chamamos obediência civil. Isto é, quando respeitamos a lei, seguimos as normas estipuladas em uma comunidade, estamos fazendo esta obediência em prol da harmonia geral dos habitantes.

Claro que o oposto, é chamado de desobediência civil, quando as pessoas se insurgem contra aquilo que foi normatizado pela própria comunidade. O que gera o caos.

Digo isso porque todas as vezes que estamos na temporada de Verão, ou em feriados prolongados, até mesmo em finais de semana, quando o tempo está bom, a quantidade de pessoas que vêm para o Guarujá é muito grande.

Basta ver, durante o dia, o colorido dos guarda-sóis, ou à noite, o passeio das pessoas no centro em Pitangueiras, na Enseada, e sentir que tudo caminha de forma ordeira, sem tumultos, um exemplo de obediência civil.

Ora, isto ocorre porque as pessoas fazem o certo por si mesmas, sem coação alguma, ou, e este é o ponto, sem fiscalização!

Neste final de semana, quando o calor era intenso, embora no fim de domingo tivéssemos tido chuva, a vida transcorreu como sempre, graças a má educação de todos e a vontade divina, que é sempre bom lembrar.

Contudo, cabe neste sentido registrar uma ausência profunda da prefeitura nas praias e nas noites de grande fluxo de pessoas. Vir de carro das Astúrias ao centro da cidade, ou, ir de Pitangueiras até a Enseada, era um sacrifício que poderia até justificar uma desobediência civil.

— Leia também: Coluna: Quanto mais solto pior

O motivo? Veículos andando nas ciclovias ou fazendo buzinação, justamente por falta de controle de tráfego. Cadê o Setor de Trânsito? Mais adiante, inúmeros ambulantes ocupavam as ciclovias para carregarem seus pertences, o que é justo porque trabalham as areias da cidade, mas o tempo que gastavam, por falta de fiscalização era muito grande e o trânsito ficava caótico. Também sem fiscalização.

De outra parte, muitas pessoas perguntavam a outras a localização do teatro, de um cinema, enfim, de um lugar onde se pudesse encontrar formas de diversão. Assim, como nenhum funcionário do trânsito ajudava os motoristas, nenhum funcionário do Turismo podia ser encontrado porque não há guaritas onde um turista possa obter informações turísticas, como se não fosse obrigação a administração pública fazer isso.

Para uma cidade que oferece o turismo como sua fonte maior de riqueza, isto é um descaso e uma burrice, porque, se forem melhor atendidos os turistas, mais vontade de voltar eles terão. Já fui a muitas cidades no interior do estado. Nem falo das grandes cidades turísticas, mas vou ressaltar aqui Piracicaba.

No hotel em que me hospedei, no balcão do check in, havia uma gama imensa de folders mostrando as atrações que a cidade oferecia naquela semana. Mais ainda, os pontos turísticos a serem apreciados, passeios, ônibus para city tour, além de grande variedade de gastronomia.

Pela informação que obtive da atendente, quem abastece os hotéis são os setores afins da prefeitura. O Turismo, a Cultura, a Saúde, porque existe inclusive um folder onde estão todos os telefones da prefeitura, e mais, um telefone de emergência que funciona 24h. A qualquer tempo, não só turistas, mas moradores podem ligar para serem orientados em suas necessidades.

E nós, o que temos a oferecer para turistas? Muito. A começar um controle de tráfego melhor, e mais passeios, gastronomia, uma passarela gastronômica que é fantástica, um espaço kids que o é maior da Baixada Santista além de mirantes, peças de teatro.

Desculpe o trocadilho, mas em suma, Suman, parece que aqui a administração municipal quer criar dificuldades para que o turista não se sinta bem, esquecendo-se que nossa maior fonte de riqueza é o IPTU e a grana que vem de fora, com turistas e trabalhadores locais que possuem emprego em Santos e região.

Administrar uma cidade não é cuidar somente de obras. Mas também do nosso povo e dos visitantes que entram nas lojas locais, nos restaurantes, os cinemas, teatro e gastam dinheiro que reverterá em impostos além de dar subsistência aos moradores guarujaenses, os comerciantes, promotores de eventos, artistas e assim vai.

Tomara que o povo não se canse, porque basta ir um pouco mais ao sul do litoral para ver que Praia Grade cresce, não apenas em população, mas em circulação de dinheiro. Os imóveis lá valem tanto quanto os daqui, ou mais, fato que era impensável tempos atrás. E não só, enquanto nossa administração municipal não consegue viabilizar o aeroporto, em Itanhaém aviões de pequeno porte estão subindo e descendo.

Cuidado, senhores políticos, para ir ao litoral sul não é preciso nem ponte nem túnel, coisa que historicamente, há mais de 50 anos aqui se fala e nossa Cidade não tem força política para fazer funcionar.

Na verdade, aqui, nesta Pérola (?) do Atlântico, quando os problemas de trânsito surgem, os motoristas olham pra fora e buscam solução, mas, cadê? Quando os turistas querem informações e buscam informações sobre programas de lazer da cidade, cadê? Quando um turista, e até um morador, possui uma emergência ele tenta ligar para alguém, e cadê?

Enfim, administração pública da cidade, cadê você?

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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