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Artigo: A consciência negra de Zumbi dos Palmares

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Por Zoel Garcia Siqueira

Durante muito tempo, comemorou-se o 13 de maio como data maior dos afrodescendentes no Brasil. Foi nesse dia, em 1888, que a princesa Isabel pôs fim à escravidão. Porém, ela não pôs fim aos negros no Brasil. Por bastante tempo, ensinou-se que os imigrantes europeus vieram para substituir a mão de obra escrava negra africana.

Por que substituir? Os negros foram mortos? Expulsos do Brasil? Não. Mas, mesmo assim, o estado subsidiava a vinda de imigrantes europeus e não a introdução dos negros no mercado de trabalho.

Nesse período, segunda metade do século XIX, havia um conceito antropológico que tentava explicar o subdesenvolvimento com base na mistura de raças. Ou seja, o Brasil era um país subdesenvolvido porque sua população resultava da miscigenação do nativo ‘índio’, do branco europeu e do negro africano.

O Brasil só iria se tornar uma grande potência, diziam, quando a raça branca se tornasse única na sociedade. E que isso ocorreria após a ‘mistura’ entre brancos e negros.
A eugenia influenciou muita gente, principalmente os que tinham o poder político nas mãos. Assim, os imigrantes europeus receberam do estado brasileiro mais apoio do que os escravos ‘libertados’.

Na verdade, o que pretendiam na época era ‘branquear’ o povo. Essa discussão é levantada hoje pela comemoração do dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares.

Nesse dia, em 1695, ele, um dos líderes do quilombo dos Palmares, maior exemplo da resistência do negro à escravidão, foi assassinado numa emboscada. É o dia da consciência negra.

A elite econômica da época, cujas ramificações chegam até hoje, cortaram sua cabeça e a expuseram em praça pública, na cidade pernambucana do Recife.

Trata-se de momento importante para compreendermos o presente com o estudo do passado, da nossa história, para melhorar o futuro do Brasil e do mundo.

Zoel é professor, formado em sociologia e presidente do Sindserv Guarujá (Sindicato dos Servidores Municipais)

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