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Personalidades demonstram valor e relevância na ‘Consciência Negra’

Publicado

2 anos atrás

18 de novembro de 2021

Por

Karina Mingarelli

Sábado (20) é Dia da Consciência Negra. A data foi oficializada por uma lei de 2011 e é feriado em algumas cidades.

Ela foi escolhida para homenagear Zumbi, o líder do Quilombo de Palmares, que morreu nesse dia, em 1695.

O objetivo da data é discutir a importância de ações para combater o racismo e a desigualdade social no Brasil, além dos avanços na luta do povo negro. Em resumo, a data marca a celebração da cultura afro-brasileira em nosso País.

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No último censo demográfico, de 2010, 43,4% da população se declara parda, filhos de negros com brancos, e 7,5% como negra.

A Consciência Negra é uma expressão que aponta a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos, representando a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social.

Nesta semana, trazemos algumas personalidades negras no Brasil, para quê, tanto negros, quanto brancos, relembrem sobre a imperativa importância em nossa história.

“Almirante negro” pode ser o mais novo herói da pátria

João Cândido liderou a Revolta da Chibata, contra castigos físicos em marinheiros /Reprodução

A Comissão de Educação do Senado aprovou no último dia 28 de outubro, um projeto que inscreve o nome de João Cândido Felisberto, o marujo chamado “Almirante Negro”, que liderou a Revolta da Chibata, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

O projeto de lei do ex-senador Lindbergh Farias (PT) teve parecer favorável e segue agora para análise da Câmara dos Deputados, se não houver solicitação para análise em Plenário.

Nascido no Rio Grande do Sul em 1880, filho de ex-escravizados, João Cândido trabalhou por mais de 15 anos na Marinha de Guerra do Brasil, tendo sido instrutor de aprendizes de marinheiro. Foi ele quem liderou a Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, em navios atracados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Entrou para a história como o Almirante Negro.

O principal motivo da revolta foi a insatisfação dos soldados da Marinha com os castigos físicos, os maus-tratos e as más condições de trabalho. Mesmo se passando mais de cem anos, a Marinha do Brasil ainda não reconhece como legítimo o movimento liderado por João Cândido.

Por meio de nota técnica divulgada na semana, a corporação tentou impedir a inscrição do Almirante Negro na lista dos Heróis e Heroínas do Povo Brasileiro. A despeito da resistência, o Senado aprovou a homenagem.

Mulheres e homens negros contribuíram para a construção do Brasil. São profissionais liberais, artistas, atletas e ativistas políticos que fizeram a diferença no Brasil. Dentre mutas outras, escolhemos algumas personalidades negras brasileiras que, além de Zumbi dos Palmares e o Almirante Negro, marcaram a história do país:

: MACHADO DE ASSIS – Foi funcionário público em vários ministérios, enquanto desenvolvia sua atividade literária publicando crônicas e contos nos jornais. Fundou a Academia Brasileira de Letras, e foi seu primeiro presidente.

: PIXINGUINHA – É considerado o maior flautista brasileiro, e ainda tocava cavaquinho, piano e saxofone. Suas canções até hoje estão no repertório dos grupos de choro, samba e MPB, pois ele é considerado o fundador da moderna música brasileira.

: CAROLINA DE JESUS – Seu livro, intitulado “Quarto de Despejo”, onde descrevia seu cotidiano na favela nos anos 60, foi lançado com a ajuda do jornalista Audálio Dantas, da Folha da Noite. A publicação foi traduzida para 29 idiomas. Seguiriam a continuação, onde ela descreveu o lugar da mulher negra dentro da sociedade brasileira, e “Provérbios”.

: NILO PEÇANHA – Nilo Peçanha é considerado o primeiro presidente afro-descendente do Brasil. Criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI, antecessor da Funai), e inaugurou a primeira escola de ensino técnico no Brasil.